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Sunday, April 10, 2016

Tudo e Nada



Eu sou o Amor, o Caminho, a Verdade e a Vida. Eu sou tu. Sou o grão de areia que roda na praia como a Estrela que se aproxima de ti. Sou a vida e a morte; sou a morte e a vida, exactamente ali onde não existe diferença. Sou toda a consciência. Sou a rocha e a água. Sou o Elemento. Sou o que tu és. Sou Eu e sou tu, mas inclusivamente mais além de “Eu Sou”, permaneço e persisto em tudo, no nada e em toda a vida. Sou o que sustenta e o que não pode ser sustentado. Sou a Luz e a Vida. Sou o Amor e a Verdade. Sou o falso que precede o verdadeiro;  permito e sustento o criado e o não-criado.

Não me dês um nome, porque nomear-me é limitar-me. Não te nomeies tão-pouco, porque tu és mais do que crês, mais do que vives, mais do que esperas. És mais do que o Todo. Tu és o próprio Todo e eu expresso-me em ti, porque sou tu, abrindo-te ao amor da Verdade e à Verdade que tu és. Eu sou o dia e a noite. Sou toda a dimensão e mais além da última dimensão. Sou o ritmo, o movimento e o repouso, o sofrimento e a felicidade. Sou o que passa e o que fica, sou a Moradia da Eternidade onde quer que ela esteja. Estou mais além de todas as moradias. Não sou o que crês.

Eu sou Tudo e sou o Nada. Eu sou/existo e translado a Vida e o dom da Vida de um Universo para outro. Sou a Criança, o Anjo, o Arcanjo. Sou o que sofre e o que faz sofrer, mais além da aparência. Sou imutável, porém sou mutável em todas as formas e em todos os nomes. Eu sou o que tu és.


Amado do Um, o Um és tu. Mais ou menos, igual, divisão e multiplicação. Não tenho nada a ver com as formas nem com a geometria ou com a arquitectura, nem com o que está criado. No entanto estou em toda a criação. Para mim, que sou tu, não existe sofrimento que não tenha utilidade e mais além da dor, sou o Amor ainda não nascido e que desde o mais profundo do caos, nasce em ti e de ti.

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Sou o Buda sob a árvore; sou o profeta que anuncia a sua vinda. Sou a paz e às vezes, sou a guerra, mas não sou exclusivamente,nem uma nem outra. Não sou nem uma nem outra e, no entanto, sou uma e outra. Sou o que amas e o que odeias. Sou o que vive e o que morre.

Ouves o canto de liberdade que canta no silêncio do teu coração? Tu, onde quer que estejas, penses o que penses, tenhas a idade que tiveres, neste mundo como na Eternidade, não existe diferença, mas Eu sou todas as diferenças, todos os possíveis, como também os impossíveis e também sou o dia e a noite. Sou o dia dos teus dias e a noite das tuas noites. Sou quem tu esperas. Sou aquele que nunca te deixou… sou o Arcanjo Uriel que declama e que te pede atenção e harmonia; sou a Fonte que te chama “meu amigo, meu amado”; sou “O que Sou”, sou o que canta e o que cuida. Sou o que dorme e o que ilumina, assim como o que está iluminado.

Escuta. Escuta mais além das minhas palavras, da nossa presença, da vibração. Não escutes nada mais que a Verdade Infinita que não depende nem de ti nem de mim, porque ambos somos a infinidade de Presenças deste mundo. O Um, o coração do Um, o coração dos dois, como o coração de cada um. O que é o coração? Outra forma? Outro ideal? Eu sou a vida e a morte. Não temo nem uma nem outra, nem os outros, porque sou isso e porque tu és isso. Eu sou o ritmo e sou a ausência de ritmo, sou a nota musical como também sou o silêncio entre duas notas. Sou o amor que vai e vem, mas que, no entanto, não desaparece. Sou o sustento da vida e sou a própria vida, em cada olhar, em cada alento, em cada sorriso de criança e em cada lágrima do ancião que falece. Sou tudo isso, porém, isso não me afecta. Sou o que tu és, sou o que tu não és, porque até isso, sou eu e tu também.

Eu sou a dúvida, a espera e a esperança. Sou tudo o que queres e o que não queres. Tu não podes escapar de mim e eu não posso escapar de ti. Não posso isolar-me como tu tão pouco, podes isolar-te. És único como eu sou único. Tu és o único como eu sou o único a ver-me na multiplicidade, apreciando-me e desprezando-me no ritmo das estações, no ritmo do crescimento, no ritmo da extinção. Sou independente de todos os jogos, de toda a manifestação; sou todos os Caminhos, todas as Vidas e todas as Verdades. Eu sou o Absoluto, sou o Último, tal como sou o primeiro e o último.

Eu sou tu, porque tu estás aí; Eu sou Eu, porque estou aí. Nós estamos aí portanto não existe nenhuma diferença, nenhuma distância. Qualquer distância que exista é concebível. Existem distâncias infinitas e distâncias finitas. Há formas infinitas e formas finitas, por isso, eu sou o finito e o infinito. Sou o estranho e sou o familiar; sou o homem, sou a mulher, sou o andrógeno. Eu sou o canto da vida e o canto da morte; sou a trompeta e o toque de alarme. Não existe nenhuma diferença entre ti e mim, entre a vida e a morte, porque nem uma nem outra existem e não estão compreendidas na infinidade dos mundos, na infinidade da Presença e na da Ausência.

Eu estou presente e ausente. Sou tudo e nada quando tu és tudo ou não és nada. Sou a mulher que olha para o seu amado, a criança que busca o seio para se alimentar. Sou o que olha para o céu e sou o céu que desce sobre a Terra. Sou a Terra que sobe até ao céu para fazer o milagre de uma só coisa.

Ouve. Ouve e escuta, amigo e amado; o tempo do Juramento, o tempo da Promessa que existe desde sempre e que se revela hoje, como se revela em cada alento, em cada grito e em cada alegria. Sou o que reza e o que responde à oração; tu és o que reza e és a própria oração. Sou a plenitude e às vezes, o vazio. Sou o Todo e às vezes, o Nada. Sou o nada, tal como a intensidade da vida. Sou a eclosão da Luz e sou a Luz, como tu, de todos os lugares e ao mesmo tempo de nenhum lugar. Sou a alegria, a leveza e às vezes, a densidade sem que isso seja diferente para o que sou.

Sou o dedo da mão que indica a Estrela; sou a mão que dá forma assim como a mão que mata; não existe diferença. Eleva-te acima do contrário, porque conténs em ti (aqui tal como em todos os lugares) a absoluta totalidade de todos os contrários para transcendê-los e vivê-los juntos, tal como vivê-los separados. Porque nada está separado e tudo está unido, tal como queiras, segundo o que eu quero, de acordo com a Luz, de acordo com o que está ali ou de acordo com ninguém. Sendo ninguém e sendo cada um, posso cantar à liberdade, dentro do que pensas que é a prisão. Sou a prisão e empreendo o voo. Sou a aterragem, sou o nascimento. Sou o solo, o húmus, que determina o que deve estar oculto. Sou o que sabe e o que segue o sol. Sou a flor, a cor, o odor. Sou o que cheira e o que não cheira.

E aqui, neste espaço sagrado que não depende nem do lugar, nem de ti, nem de mim, mas que depende apenas de cada um, do grão de areia da praia, como da estrela que se apaga, sou isso e tudo isso. Sou tudo isso, mas ao mesmo tempo, nada disso. Existo em todas as coisas, em todas as consciências, porém não me existo em lado nenhum. Sou o Amor, mas sou muito mais do que isso. Eu sou o Absoluto onde se cria o Amor. Sou a Fonte de donde brota o Amor, sou o que não se reconhece e não se reconhecia. Sou a criança, o idoso. Sou a mão firme e a mão que treme. Sou o símbolo, sou o diabo, mas não sou nada disso.

Sou a Paz e estou mais além do que possas nomear. Não me posso nomear, porque no momento em que me nomeias, converto-me em ti e enquanto não tiver nome também me converto em ti. Nada está separado porque tudo está separado. Nada está dividido porque tudo está dividido. Depende da forma como o vês, assim como da forma como o vejo. Eu jogo este jogo, porquê? Para nada e para tudo, para a glória e para a humildade, para o prazer e para a tristeza. Um dia sou isto, outro dia sou aquilo. Estou para além de cada dia.

Abranjo o tempo, o espaço, a manifestação, a emanação. Em todas as formas, em todas as sílabas, em todo o tempo, em todas as idades, até quando não existem mais idades, permaneço no “sem idade”. Sou ancião e sou jovem como tu, a cada instante, és ancião e és jovem; estás mais além da forma e do tempo. Portanto, sou todas as formas e tu és todo o tempo. O espaço é o meu domínio, o espaço é o infinito e o indefinido, cada Universo e cada multiverso; desde a imensidão até à infinidade do mais pequeno, não há espaço, assim como há todo o espaço.

Estou mais além do Yin e do Yang, do Princípio, da Trindade. Sou tudo isso em simultâneo. Sou o número dos anos que passam, sou a cifra e a sua ressonância, sou os astros que passam e que condicionam a Luz em ti. Sou a prova e o desafio, o alívio e o conforto. Também sou o Silêncio. Sou o teu coração desperto para si próprio. Sou o coração Uno da Criação. Eu sou Maria e sou o que tu queres que eu seja; acima de tudo, estou para além das palavras.

As minhas palavras servem apenas para embalar tudo o que teria de dizer em palavras. No entanto, nenhuma dessas palavras seria suficiente para vivê-las com intensidade. Então o silêncio é uma homenagem -  a homenagem à vida, à Verdade, ali onde todas as vozes falam a uma só voz. Eu sou Uriel. Sou o consolo do arcanjo Rafael. Sou a rectidão do anjo Metraton. Sou o anjo da Vida. Sou o Anjo da Anunciação. Sou a trompeta que ressoa como o címbalo clamoroso. Sou a fé que move montanhas. Sou o Amor que transcende o que o necessita. Também sou o que não é, porque isso não representa nenhuma diferença.

Mais além do “EU”, nós somos isso. Somos a Vida, o grão de areia, a Estrela que vem, a morte e a vida, a criança, como também somos a pessoa que nos insulta, aquele que nos ama e o que nos odeia. Somos o que nos liberta, porque somos a liberdade. Somos tudo e não somos nada. Recebe, mais além das minhas palavras e da Luz, o que é o Amor. Não para retê-lo, mas sim para dá-lo, porque o Amor dá-se; ainda que possas tê-lo, será sempre um dom. Não guardes nada e guarda tudo. Sê a dança, o silêncio, a alegria,a pureza. Inclusivamente o impuro não terá mais valor que algo que passa, como tu passas. Eu passo contigo, passamos juntos. Nós trabalhamos nas Oficinas da Criação como também nas Ofícinas da não-Criação, participando da mesma vida e experiência como também do descanso.

Estou aqui e noutros lugares. Não existe outro lugar a não ser este e existem outros lugares que não são este. Sou a imensidão e a densidade, sou leve e sou pesado. Seja o que for que me chames, a maneira como me percebes, como me sentes, como vives o que vives, eu sou tudo isso e o resto. Sou inclusivamente o que és e não crês sê-lo. Eu sustento-te e levo-te como tu me levas e me sustentas. Eu sou a alegria. Sou o que está aqui. Sou o Verbo Criador. Sou o Verbo da Luz e sou Um, mais além de tudo, porque tudo é como Eu, tudo é como tu, eliminando assim, a separação de tudo o que está separado.

O meu caminho é o do Amor, da liberdade, da Luz que já não tem cor, da cor que já não tem luz e que, no entanto, nunca se apaga e nunca foi acesa. Eu sou a coroação perpétua da Vida. A coroação da vida e da morte. Sou a paz que reside no teu coração tanto como o sofrimento. Sou sem nome, sou o “sem nome” e também sou todos os nomes que queiras dar-me. Sou o silêncio na agitação do mundo e sou a agitação no silêncio do teu mundo interior.

Escuta, escuta a vida.
…Silêncio…

Aí onde quer que estejas, no teu coração, na tua mente, no Universo ou em nenhum lado, eu estarei ali, porque sempre estive ali. Ninguém pode conceber a minha ausência, mas eu posso ser também a tua ausência se isso é o que vives. Sou o desespero e a esperança. Sou o presente, o passado e o futuro que, contudo, não existem em nenhum lado excepto no que tu acreditas. Eu sou todas as tuas crenças, todos os teus sofrimentos, como também todas as tuas alegrias. Sou a mão que se estende para te socorrer e a mão que fecha a porta, quando tu a fechas.

Eu sou o teu céu, a tua Terra. Estou em todo o mundo, em cada vibração, em cada presença assim como em toda a ausência. Escuta isto, mas não me escutes. Escuta, mas não me ouças. Faz o que quiseres, porque o que tu queres é precisamente o que eu quero. O que não queres também te pertence; da mesma forma em que estou em todos os lugares, assim também tu estás em ti como estás em cada um, queiras ou não, percebas isso ou não. Eu sou os teus sentidos: a tua vista, o teu coração. Sou o génio que preside o mundo. Estou mais além de qualquer forma. Sou a Fonte Ilimitada, sou os confins do Universo como também o coração do Universo, do maior ao mais pequeno, do mais insignificante ao mais glorioso. Não limito nada, pois os limites não são nada em relação ao que supera todos os limites.

Eu sou a Vida, o Caminho, sou a história e estou fora da história. Sou o coração. Estou sem coração quando tu estás sem coração. O meu coração exulta quando o teu coração exulta. Participo em cada um dos teus passos, estou presente em cada um dos teus murmúrios como em cada uma das tuas lágrimas. Sou o arcanjo, sou o anjo, também sou o húmus. Sou o átomo. Sou o que é invisível e visível aos teus olhos e ao teu coração, aqui como noutros lugares.

Eu sou a dança do silêncio. Sou o silêncio que não dança mais. Sou o repouso. Sou a compaixão. Sou tudo o que possa dizer, mas não sou somente isso, sou também o que não é nada, o que nunca existiu e que jamais apareceu. Sou o que aparece em todos os lugares, o que se vê e o que nunca será visto. Sou o sopro, o glóbulo vermelho que nutre as células, como também a frase assassina que quer desestabilizar o teu coração. Eu sou tu. Não tu, somente aqui, não somente no outro, não tu neste mundo, não tu na Eternidade, mas sim todas essas tuas existências, ao mesmo tempo. Sendo tudo isso, não posso ser nada mais do que tem sido, do que é e do que será.

Eu sou o movimento e às vezes, movo; às vezes não movo. Sou o que se eleva e desce. Sou o que se interioriza e o que se exterioriza. Eu sou a paz, a guerra. E uma e outra, não existem…sou a felicidade que aparece, apesar de todo o sofrimento. Sou o cheio e o vazio. Qual é a diferença? Não há diferença, porque tudo isso é vivido em simultâneo. Percebes e não percebes. Vives e não vives. Amas como crês e às vezes não amas, não te alteres; não sejas algo distinto da Verdade. Sê o que és mais além da existência e mais além da Eternidade, dando e abraçando a multiplicidade das vidas, a diversidade dos mundos e também o que não é necessário do mundo e o que não é preciso na Criação. Porque toda a Criação, poderia chamar a este mundo fechado, “O Nada”.

Eu sou o que está mais além da Luz e, contudo, sou a Luz, inclusivamente nas trevas. As trevas não existem, porém existem. Tudo existe e tudo se sustenta fora de mim; por isso estou em tudo. É o que tu és, nada mais e nada menos. Mas muito mais e muito menos. Eu sou o ponto de vista da pessoa,do Universo, do anjo e do ancião que se apaga. Sou o que se levanta, o que desperta, o que dorme, estou em todos os lados e em nenhum lado, ao mesmo tempo.

Portanto, convido-te aqui, no silêncio como também no ruido, porque só posso ser o convite permanente à liberdade. Sou a ode à liberdade, à tua Presença como também ao silêncio da tua Ausência. Sou inalcançável, visto e capturado em todos os lados e em parte nenhuma. Sou o Verbo, o verdadeiro e o falso, porque nem um nem outro, podem ser excluídos ou limitados. Eu abranjo tudo o que é, abranjo tudo o que não é.
…Silêncio…
Acolho as tuas preces como acolho os teus gritos. Acolho os teus desesperos, como as tuas alegrias. Sou a espada afiada que nunca julga. Sou o fio da espada, como também sou o lírio que se instala no teu coração. Sou a Criadora do Universo, o Manto Azul de Maria, como também a espada de Miguel. Sou o Espírito do Sol, como sou também o Coro dos Anjos. Sou o arcanjo como tasmbém sou o ancião dos dias. Sou o êxtase como sou a sua antítese.
…Silêncio…
Então, entre “Eu” e “Nós” não existe nada e existe tudo. Existe uma distância como também uma ausência. Tudo está de acordo e em desacordo. Tudo é perfeito, inclusivamente no que parece imperfeito, porque sou a perfeição e a imperfeição. Não sou o bem nem o mal, mas a minha presença e a minha ausência é o Bem que não conhece nenhum mal, porque essa é a natureza da vida, a natureza da tua vida, a natureza do teu ser, do que é e do que não é.

Eu convido-te ao bailado dos céus como ao bailado da Terra. Convido-te à Ressurreição que é perpétua e eterna. Convido-te à celebração e ao silêncio. Tu próprio és o convidado e o convite.
…Silêncio…

Que sejas como a pedra ou como um pássaro, isso não muda nada, porque tu és um e outro e nem um nem outro. No momento em que me prendes, prendes-te a ti próprio. Sou o que prende e o que solta. Sou a infância e a inocência, a de Teresa e a de Gemma. Sou a mãe consumada como Ma e Maria. Sou o conhecimento do que conhece tudo. Sou Hildegard e outras. Sou também o que se torna em si próprio, o que tu também és. Sou todo o tipo de formas inscritas e não inscritas. Sou o sol e a lua. Sou as naves no teu céu interior como no teu céu exterior. Sou as nuvens e o pássaro que anuncia o novo dia, assim como o que anuncia a noite. Sou a pena da águia e a pena do passarinho do campo; és o passarinho do campo como também és a águia. Vens de cá ou de outro lado, eu venho de cá ou de outro lado.
…Silêncio…
Sou o que vives neste instante, como o que não vives, a fazer caso omisso de qualquer forma, de qualquer pessoa e de qualquer presença. Sou o azul do céu como sou o azul de Maria. Sou o vermelho da vida e o vermelho do fogo: o fogo que eleva, o fogo que consome, o fogo que desce do céu. Sou todas as radiações, conhecidas e desconhecidas. Sou tudo isso e no entanto, tu és muito mais do que isso. Sou tudo isso, mas nada disso, porém, muito mais que isso; é o que tu és. Não te paralises, eu sou o que se move.
…Silêncio…
Eu sou a Estrela que ilumina a tua cabeça. Sou a porta que se abre quando tu passas. Sou o alimento que entra em ti.
…Silêncio…
Sou o tempo que se desprende no espaço das minhas palavras. Sou o tempo congelado e o tempo que não conta. Sou Sírius assim como sou Orión, sou Betelgeuse como sou Nefilim ou um Elohim. Sou todas as personagens, todas as funções. Sou tudo o que pode ser pensado ou imaginado e também o que não é, nem pensado nem imaginado. Sou o som desta voz e não sou esta voz.
…Silêncio…
Eu sou o que tu vives e também o que não vives. Sou a partícula adamantina, o dragão, o elfo, o gnomo, a ondina, a fada. Sou a gota de água. Sou o pó que se pousa em todos os lados. Sou a terra e sou o cristal. Sou a estrutura e sou sem estrutura.
…Silêncio…
Sou o que tu amas neste mundo. Sou quem tu amas e que te acompanha neste caminho. Também sou aquele que rejeitaste ou que não compreendes, porque eu não compreendo nada. Sou o que procuras, mas também sou o que não buscas, pois que nunca o buscaste. Sou o zodíaco do teu céu. Sou as constelações. Nada pode estar ausente de mim como não pode estar ausente de nada e ao mesmo tempo, eu não sou nada.
…Silêncio…
Sou o teu coração que palpita como o teu coração que não sente nada. Não estabeleço diferenças ou se há distância ou proximidade.
…Silêncio…
Escuta. Escuta-te e então ouvir-me-ás. Ouve-me e não necessitarás de escutar-me nem escutar-te, não haverá “a priori” mais condições, porque tudo é incondicional. Nada será nem real nem ilusório, não haverá nem mais além, nem aqui em baixo; surgirá o milagre de uma só coisa e isso está aqui, porque sempre esteve aqui.

Sou o galho que reverdece na Primavera, a folha que cai no Outono. Sou o Universo que se cria como o Universo que se desfaz. Não tenho lei porque sou a lei que transcende todas as demais e que se impõe como a evidência suprema. Sou o teu coração que se acelera, sou o teu peito carregado de amor e o teu peito que se abre. Sou o som da tua alma e do teu Espírito. Sou o que os teus olhos vêem e também o que não vês. Sou a nota de música, a profecia, a montanha, assim como sou o abismo do fundo dos oceanos.

Estou embriagado e sóbrio ao mesmo tempo, ébrio de amor e sóbrio. Sou cada um dos teus sentidos, cada uma das tuas palavras, cada um dos teus silêncios. Não sou ninguém e não sou nada, como também sou tudo. Não se me escapa nada e tudo se me escapa. Tudo está sob controlo e descontrolado, pela Graça do Amor. Sou a evidência assim como a negação. Sou a ira e a aceitação. Sou o recipiente como sou o que se recolhe no recipiente. Sou a fecundação. Sou o bébé que se gera no ventre da mãe e não existe diferença entre a sua mãe ou qualquer outra mãe. Sou cada gota do oceano, como também sou cada gota de suor que sai de ti.
…Silêncio…

Eu sou a chamada e a resposta. Sou a vibração, a onda de vida e éter que a leva. Sou cada um dos sete dias. Sou cada ano e cada história, o fogo que te consome como o frio que te atemoriza, mas isso não é nada, porque eu sou a vida sob qualquer aparência, em qualquer sentimento, em qualquer acção e em todos os objectos como em cada coração. Não reparo na aparência e no entanto, sou todas as aparências. Sou e não sou, que é diferente quando estás na vida. Nunca podes morrer, porque a morte que sou, é apenas aparência e tudo é verdadeiro/existe. Não existem opostos: apenas posições. Há complemento e há liberdade.

Eu sou a alegria das crianças como a dor do ancião. Sou o desencarnado e o anjo que vem a ver-te. Sou a entidade da natureza ou a entidade maléfica. Mas não sou nada de tudo isso; sou apenas Amor que é tudo isso. E este único qualificativo convém-te como me convém a mim, porque resume todas as palavras que te digo neste momento, todas as vibrações e toda a Luz que se depositam, aparentemente no teu coração, mas que procedem apenas de ti.
…Silêncio…
Escutando-me, falas contigo próprio…escutando-me falas com todos.
…Silêncio…
Escuta.
…Silêncio…

Escuta o silêncio dentro da algazarra, como escutas o ruido que nasce do silêncio. Tu és a ida e o regresso, o Um e o Dois, o inspirar e o expirar. Também és o electrão, o protão, o neutrão e todas as partículas elementares. Tudo está em ti; o que eu disse e o que não disse porque Eu sou tu. Escuta-te.
…Silêncio…
Tu és o amigo, o amado, a minha Fonte e eu sou a tua Fonte. Sou o ponto de partida e o ponto de chegada, como tu também o és.
…Silêncio…

Quando tu sofres, eu sou o sofrimento e sofro contigo. Quando tu és a alegria, eu sou a alegria e estou em alegria. E sou a alegria. Quando tu perdoas, eu sou o perdão. Quando tu dás a Graça, eu sou o dom e a Graça. Quando tu abraças, é a mim a quem abraças e sou eu quem te abraça. Quando tu sorris, sou os músculos dos teus lábios que se separam e sorrio. Nada te pertence e tudo te pertence. Tu és a minha pessoa como eu sou tu e, no entanto, não me pertences e eu não te pertenço; sou tudo isso e nada disso. Sou o teu corpo efémero como sou o teu corpo espiritual; não tenho corpo e sou todos os corpos.
…Silêncio…

Sou os teus ossos assim como a tua pele, como também sou os núcleos e o manto de cada planeta.
Sou o que está aqui e o que está em todos os lugares e em nenhum lugar, no mesmo amor. Ao mesmo tempo, sou aquele que não pode dizer nada e o que pode dizer tudo, porque inclusivamente a dizer tudo, não se diz nada - e a não dizer nada, diz-se tudo. Tu não podes ser nada mais do que eu, como ninguém mais pode ser mais do que eu. Sou o liberto vivo, como sou o liberto morto, pois sou o que é livre.
…Silêncio…
Sou a anunciação feita a Maria, assim como sou a anunciação de Maria.
…Silêncio…
Sou o comendador dos anciãos que ri contigo. Sou o próprio riso.
…Silêncio….
Tudo foi dito ou nada foi dito; isso não muda nada.
…Silêncio…
Tudo se disse ou nada se disse, que importância tem? A importância que tu dás e a importância que eu dou.
…Silêncio…

Não tenho mais palavras quando tu também não tens. Sou a paz que vives neste instante, a cada instante. Porque na paz não existem instantes, nem os que seguem, nem os que se parecem, só existe o que sou. Escuta bem, porque tu falas contigo próprio, para além desta forma e para além de todas as formas.
…Silêncio…
Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, tu és o meu Caminho, a minha Verdade e a minha Vida. Eu sou o teu intermediário no céu, enquanto penses que há necessidade de um.
…Silêncio…
Sou a tua alma como sou a dissolução da tua alma. Eu sou o Espírito do sol e por outro lado sou o Paráclito, o Espírito Santo. Sou o Espírito da Verdade e o teu Espírito é o meu, como também o meu Espírito é o teu, porque não existe propriedade.
A tua forma é a minha forma como a minha forma é a tua forma e sou, porém, o informe. E sou formal. Sou a doçura que tu conheces.
…Silêncio…
Sou o rei do teu coração como tu és o rei do meu coração. Sou o rei quando és a rainha e sou a rainha quando és o rei e sou a criança que temos. Não sou nem homem nem mulher, contudo, conheço o homem e a mulher. Não sou masculino nem feminino, porém, sou ambos.
…Silêncio…
Sou as boas-vindas se me acolhes e sou quem te acolhe. Sou o que escutarás quando chegar o momento e sou todos os momentos chegados e por chegar. Sou o segundo, o minuto e o ano, como também sou as 4 estações. Sou as 4 linhagens e sou a tua origem. Sou o ser de Vega que vem ver-te durante a noite, sou a nave que aparecerá no teu céu.
…Silêncio…
Vai mais além das minhas palavras como também das tuas.
…Silêncio…
Eu sou o Silêncio da nossa comunhão.
…Silêncio…
Não me nomeies porque não tenho nome, tendo todos os nomes.
…Silêncio…
Permite-te ser amado por ti próprio, quer dizer, por mim e por todos, porque eu sou todos. Sou o mesmo coração em todos os corações, a mesma Presença em todas as Presenças. Sacia-te, como eu me sacio de ti.
…Silêncio…
E agora vou deixar-te, ainda que nunca te deixo, para que te recolhas na natureza ou na tua casa; agora para onde vás, lá estarei. Ainda devo dizer-te “eu”? Ainda devo dizer-te o Amor que te leva, que levas e que és? Ainda tens necessidade de mais palavras? Vai e vive-o.
Não procures nada.  Está tudo aqui e em todos os lados.
…Silêncio…
Ainda devo dizer-te algo no espaço do nosso silêncio? Devo cessar as minhas palavras? Que importância tem? Sempre estive e sempre estarei em ti. Aqui e em todos os lados. Então sim; digo-te e gravo-o em ti: AMOR. Deixo que te retires, não de mim nem de ti, mas no segredo do teu coração, que não tem segredos para mim.
…Silêncio…
Abenoo-te agora na Eternidade, como tem sido sempre. Não te digo “até à próxima” nem “Tchau” nem “até amanhã”, porque nenhuma palavra nem nenhum encontro marcado seria suficiente. Eu venho e tu vens.
…Silêncio…
Termino agora as minhas palavras para continuar vivo no teu coração. Não há necessidade de palavras, não há necessidade de presença, porque tudo está aqui. Retiro-me em ti.
Bênçãos…
Ainda…
…Silêncio…
Abre os teus olhos quando quiseres.
…Silêncio…

Fuente: hallegadolaluz2.blogspot.com

Tradutora: Lúcia


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